16 de janeiro de 2010

Corre pelos mentideros

Que Vitor Constâncio vai a caminho de Bruxelas.

Que Manuela Ferreira Leite muito gostaria de ver rotatividade no lugar de Governador, o que seria uma forma de evitar o aumento do desemprego quando for empurrada do PSD ... mas que Teixeira dos Santos, o próprio, é candidato ao lugar. E com muito mais hipóteses. Ferreira Leite terá de aguardar por uma vaga adequada na Banca (CGD?).

E o diabo é que, neste país, é mesmo possível que assim seja. O que nos deixa qual treinador de futebol com um problema de "a manta é curta". Se Teixeira dos Santos está a caminho do BdP quem assumirá a pasta das Finanças? Aceitam-se apostas.

1 de setembro de 2009

Spin Artists IV

Estas coisas não têm lado político. E este blog tem, mas não é cego ...

O mesmo blog citado no post anterior "apanhou" o Ministro Rui Pereira num mau exercício do velho "bons momentos é cá comigo, os maus é aqui com o Sr. Secretário de Estado", agora na variante em que o Secretário de Estado é substituído por fenómenos naturais.

Modernices ...

Spin Artists III

Também há a técnica do "tão descarado que pode ser que ninguém repare" ou a chamada falácia frontal.

Exemplo (editado):

Das falhas na saúde à propaganda socialista
publicado por José Gomes André em 01 Set 2009, às 16:52

Depois do desastre "Correia de Campos", convencionou-se dizer bem de Ana Jorge, ministra da saúde que se destacava pela sua serenidade e competência. Admito que eu próprio gostei da mudança de estilo, mas a acção recente do ministério da saúde merece críticas severas que porém não se têm verificado.

Refiro-me em particular à questão da Gripe A. Portugal é o segundo país europeu com maior taxa de incidência. Os serviços têm dado uma resposta deficiente (veja-se o caso da "Saúde 24" ou dos atrasos no Instituto Ricardo Jorge). A mensagem dos responsáveis políticos é incoerente, oscilando entre o "apelo à tranquilidade" e a descrição de cenários apocalípticos (recorde-se a entrevista de Francisco George ao "Expresso", onde se falava de um país parado e da hipótese de haver 2 milhões de infectados!). A própria ministra afirma não haver motivos para pânico, mas lá vai recomendando que não se frequentem locais fechados ou com muita gente (o que exclui apenas a utilização de cafés, restaurantes, bares, igrejas, museus, transportes públicos, aviões e dezenas de locais de trabalho - coisa pouca, como se vê).

O curioso é que são escassíssimas as denúncias deste comportamento errático e, nalguns casos, de pura incompetência. Curioso, mas não surpreendente. Se há coisa que distingue este governo socialista é a sua capacidade para controlar e abafar as mensagens negativas na imprensa, com os métodos por demais conhecidos.


Ora um leitor cuja capacidade de concentração não exceda os três segundos poderá acreditar na conclusão que ali está a final (assim mesmo, separadinho) desde que:

1) Não se lembre que com Correia de Campos, citado no primeiro parágrafo, aconteceu precisamente o contrário;

2) Esqueça que a ser assim ficariam por explicar as "más imprensas" de, ora deixem ver, e assim só para a amostra: Maria de Lurdes Rodrigues e Jaime Silva.

Exercitando o ponto, aqui vai uma "versão" do mesmo argumento (no sentido de enredo e não de asserção de um ponto de vista):

Das falhas na Direcção do PSD à propaganda social-Democrata

Depois do desastre "Luís Filipe Menezes", convencionou-se dizer bem de Manuela Ferreira Leite, (...) que se destacava pela sua serenidade e competência. Admito que eu próprio gostei da mudança de estilo, mas a acção recente do Direcção do PSDmerece críticas severas que porém não se têm verificado.

Refiro-me em particular à questão da Política de Verdade. Se tivesse sido Luis Filipe Menezes a dar esta entrevista, o que não se diria:

Foi a senhora, como ministra das Finanças, que aconselhou Durão Barroso a subir o IVA de 17% para 19%?
MFL — Sim, fui.

Como o PSD tinha prometido baixar os impostos, isso foi uma mentira política, o que quer dizer que a senhora contribuiu para que as pessoas “deixassem de acreditar nos políticos”, como agora denuncia.

MFL — Não considero nesse caso. [..]

A ideia principal da sua candidatura é a aposta na credibilidade e na verdade, mas tem consciência de que contribuiu para que as pessoas não acreditem nos políticos?

MFL — Não é verdade, primeiro porque não fiz o programa…

Mas apoiou-o e foi candidata em nome dele. E aconselhou o primeiro-ministro a aumentar os impostos.

MFL — Não aconselhei: pus como condição absolutamente inadiável que isso se fizesse. [...]

Entrevista à revista SÀBADO
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O curioso é que são escassíssimas as denúncias deste comportamento errático e, nalguns casos, de pura incompetência. Curioso, mas não surpreendente. Se há coisa que distingue esta Direcção do PSD é a sua capacidade para controlar e abafar as mensagens negativas na imprensa, com os métodos por demais conhecidos.
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Vêem, é fácil!

PS - A citação da Sábado foi recolhida algures na blogosfera por dificuldades de acesso ao site da revista. Espero bem que esteja exacta.

31 de agosto de 2009

O bloco central

Como "alternativa" à vitória do PSD em coligação com o CDS interessa, acima de tudo, a Cavaco Silva. Não há quem o assuma?

Spin Artists II

Outro recorre à técnica de que uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade.

Exemplo:


De guarda
publicado por Carlos Botelho em 30 Ago 2009, às 15:17

Ao contrário do que é gritado aqui, Manuela Ferreira Leite nunca disse que o "casamento deve servir apenas para a procriação" ou que "as obras públicas é [são] para dar emprego a cabo-verdianos ou [a] ucranianos". Não foi isso que foi dito. É a mesma história da "proposta" da "suspensão da democracia por seis meses".

Quando se debate com Sócrates, todo o cuidado é pouco - ele não tem qualquer pejo em deturpar o que os adversários dizem para levar a água ao seu moinho.


De notar que, no caso concreto, a técnica é muitíssimo avançada. É que mentira repetida consiste objectivamente em tentar qualificar como mentira coisas que são verdade.

A coisa é, toda ela, um pouco kafkiana e propensa a causar cefaleias em seres menos habituados a isto. Mas é (mesmo) assim.

Spin artists

“Uma maioria, um Governo, um Presidente”

A ideia foi O legado de Sá Carneiro ao PSD.

Desde 1985 que Cavaco Silva sonha poder ser o homem que a leva a cabo.

Nunca o conseguiu. E assusta que o possa conseguir agora. Nasci politicamente duramente as maiorias absolutas de Cavaco Silva.

Aprendi que devemos lutar contra o que é injusto com uma Ministra da Educação chamada Manuela Ferreira Leite. E aprendi que manifestações de menores de idade podem ser enquadradas pela GNR em equipamento anti-motim quando Cavaco Silva era Primeiro-Ministro.

Não confio nesta dupla. Nem no resto da corte (Couto dos Santos, Deus Pinheiro e afins).

E, para saber isto, não preciso de ir ao baú.

25 de agosto de 2009

Do baú II

Originalmente publicado na Grande Loja do Queijo Limiano (com pequenas correcções):

Antes as SCUTS
Quarta-feira, Janeiro 04, 2006

Foi muito discutida a questão das SCUTS, bem como, por razões diversas, as transferências de fundos de pensões para o sector público. Está na altura de juntar os dois assuntos.

Num assustador Relatório de Auditoria revelado recentemente pelo Tribunal de Contas (disponível aqui) ficamos a saber que a diferença entre os montantes transferidos e as responsabilidades assumidas pelo Estado podem atingir qualquer coisa como 1.800 milhões de euros, no cenário mais pessimista.

Isto sem contar com a perda de receita fiscal, que seria gerada pela actividade dos fundos de pensões privados.

Reparem, 1.800 milhões de euros que não correspondem a investimento em infra-estruturas, ou em desenvolvimento humano.

São, tão só, o preço da arrogância e do tão propalado "rigor" da Dr.ª Manuela Ferreira Leite.

Preço esse que irá subir no dia em que fizermos as contas aos custos da venda da rede fixa à PT na economia nacional, das operações de securitização, etc., etc., etc.

Endividou-se brutalmente o país para compor cosmeticamente o défice em 2002, 2003 e 2004. Qualquer medida servia. Dinheiro deitado à rua!

Face a isto, antes pagar as SCUTS, o TGV e, nunca pensei dizê-lo, a Ota [agora, Alcochete]. Muito ou pouco reprodutivo, ao menos é investimento.

Estamos a falar de décadas e décadas de despesa. Até 2071, para ser inteiramente claro. Veja-se o gráfico do próprio Relatório do Tribunal de Contas:



O que eu gostava de saber é quem é que vai responder por este crime contra as contas públicas.

Ninguém, aposto já aqui. Afinal estamos em Portugal.

Face a isto, resta-me dizer que o que faltou ao Eng.º Guterres [podem actualizar se quiserem] nos anos da sua governação foi o instinto patrícida para fazer a mesma coisa.

Do baú I

Descobri recentemente quando procurava uma informação muito específica, tão específica que o google me devolveu como resultado um post ... meu, que alguns dos meus textos de encarnações anteriores ainda "andam por aí".

Decidi, nesta altura em que todos temos a responsabilidade de reflectir no voto, de recuperar alguns desses. Quase todos sobre a política de Manuela Ferreira Leite enquanto Ministra de Estado e das Finanças.

Dos mesmos resultará, espero, porque é que sinto uma náusea cada vez que ouço o "política de verdade". É por estas e outras ...

12 de maio de 2009

Cogitações

Trabalhar no centro da cidade é óptimo e tal e mais não sei o quê. Mas estar numa rua que fica no eixo marquês-assembleia-residência do Primeiro-Ministro quase que me faz duvidar das minhas convicções de esquerda.

É que a boçalidade dos manifestantes quase que justifica os erros - que os há - dos governantes.

Efeitos do jet lag

São a única explicação possível para esta afirmação:
Arranjem-se todas as explicações que se queiram, mas os jornais de cá (o Abrupto está a ser feito de Oxford) não têm comparação com os de lá. E não é por causa dos meios. É da qualidade do jornalismo.

"Cá" é onde se publicam coisas com o Sun e o Mirror. Acho que quanto à qualidade do jornalismo, estamos conversados. Mesmo.

28 de abril de 2009

Dúvidas que me assaltam ...



Vi o novo cartaz do PSD. Três dúvidas:

1 - A PT agora é financiada por campanhas partidárias? Ou as receitas das chamadas a pagar voltam sob a forma de contribuição de campanha?

2 - A Dr.ª Manuela pode queixar-se de não ser ouvida quando fala de borla e sem se ter de levantar um dedo e esperar que a malta pegue no telefone e pague a chamadinha para ... ouvir as ideias do PSD?

3 - Já alguém ligou para saber quem é que atende?

23 de março de 2009

Manda quem pode obedece quem deve

Este blog tem comentários não moderados. Já para não falar dos posts ...

20 de março de 2009

Estranhos tempos ...

Em que é a mesma esquerda que põe Abril na boca por tudo e por nada a vir defender que não se pode fazer uma piada (má, concedo, mas esse é um juízo estético) com a sacrossanta "manifestação".

Nunca ouviram falar de liberdade de expressão? Ou já se esqueceram do que quer dizer?

19 de março de 2009

A crise é má conselheira

Ontem, numa conferência em Lisboa, o Prof. Sérgio Vasques disse, a propósito das medidas fiscais anti-crise, que a dita crise era normalmente má conselheira e que convinha evitar alguns erros básicos.

Deu gosto ouvi-lo, e espera-se que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que estava presente, tenha tomado boa nota do aviso. E, já agora, que o repita aos seus colegas das outras áreas da governação.

A começar pelo Primeiro-Ministro. O anúncio ontem feito de que:

«Vamos ajudar as famílias com empréstimos para habitação própria e que tenham um dos membros do casal em situação de desemprego há mais de três meses. Assim, vamos criar, com as instituições financeiras, uma moratória nas prestações de crédito à habitação»

padece deste mal de que a crise é má conselheira.

Porque o que estamos a fazer é a pôr o Estado (ou melhor, os demais contribuintes) a emprestar dinheiro a estas famílias para pagarem crédito. Um mau príncipio, que é o pai e a mãe de uma espiral de endividamento e de irresponsabilidade pessoal.

Além disso, falta compreender (e nada se sabe) se a medida não vai beneficiar injustificadamente as famílias ditas "tradicionais". Sim, porque se não houver "casal", há "apoio"?

Sinais dos tempos

Estará na altura de Victor Constâncio perceber que os "casos" BPN e BPP podem não ter tido consequências directas para si e para o Banco de Portugal (ainda ...), mas a verdade é que o prestígio da instituição está irremediavelmente comprometido.

Só assim explica que ontem tenha sido proposta a criação de um "provedor" do crédito, quando em qualquer um dos países do Euro, e até ontem em Portugal também, essa é uma competência do Banco Central: "Num mercado caracterizado pela liberdade contratual e pela inovação financeira, compete ainda ao Banco de Portugal verificar o cumprimento dos requisitos mínimos de informação aos clientes sobre as condições financeiras praticadas nas várias operações e serviços, bem como sobre os respectivos riscos.".

Não que concorde com a decisão - que é errada - mas convinha ao Governador do Banco de Portugal não continuar a fingir que não compreende as razões que levaram à mesma. É que mais importante que o ego do próprio é a instituição a que preside.


18 de março de 2009

Recaídas

Depois de quase 3 anos de ausência, voltei aqui. A minha primeira casa blogosférica (tive outras).

Ele há vícios ...