19 de março de 2009

A crise é má conselheira

Ontem, numa conferência em Lisboa, o Prof. Sérgio Vasques disse, a propósito das medidas fiscais anti-crise, que a dita crise era normalmente má conselheira e que convinha evitar alguns erros básicos.

Deu gosto ouvi-lo, e espera-se que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, que estava presente, tenha tomado boa nota do aviso. E, já agora, que o repita aos seus colegas das outras áreas da governação.

A começar pelo Primeiro-Ministro. O anúncio ontem feito de que:

«Vamos ajudar as famílias com empréstimos para habitação própria e que tenham um dos membros do casal em situação de desemprego há mais de três meses. Assim, vamos criar, com as instituições financeiras, uma moratória nas prestações de crédito à habitação»

padece deste mal de que a crise é má conselheira.

Porque o que estamos a fazer é a pôr o Estado (ou melhor, os demais contribuintes) a emprestar dinheiro a estas famílias para pagarem crédito. Um mau príncipio, que é o pai e a mãe de uma espiral de endividamento e de irresponsabilidade pessoal.

Além disso, falta compreender (e nada se sabe) se a medida não vai beneficiar injustificadamente as famílias ditas "tradicionais". Sim, porque se não houver "casal", há "apoio"?

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