31 de agosto de 2009

O bloco central

Como "alternativa" à vitória do PSD em coligação com o CDS interessa, acima de tudo, a Cavaco Silva. Não há quem o assuma?

Spin Artists II

Outro recorre à técnica de que uma mentira mil vezes repetida torna-se verdade.

Exemplo:


De guarda
publicado por Carlos Botelho em 30 Ago 2009, às 15:17

Ao contrário do que é gritado aqui, Manuela Ferreira Leite nunca disse que o "casamento deve servir apenas para a procriação" ou que "as obras públicas é [são] para dar emprego a cabo-verdianos ou [a] ucranianos". Não foi isso que foi dito. É a mesma história da "proposta" da "suspensão da democracia por seis meses".

Quando se debate com Sócrates, todo o cuidado é pouco - ele não tem qualquer pejo em deturpar o que os adversários dizem para levar a água ao seu moinho.


De notar que, no caso concreto, a técnica é muitíssimo avançada. É que mentira repetida consiste objectivamente em tentar qualificar como mentira coisas que são verdade.

A coisa é, toda ela, um pouco kafkiana e propensa a causar cefaleias em seres menos habituados a isto. Mas é (mesmo) assim.

Spin artists

“Uma maioria, um Governo, um Presidente”

A ideia foi O legado de Sá Carneiro ao PSD.

Desde 1985 que Cavaco Silva sonha poder ser o homem que a leva a cabo.

Nunca o conseguiu. E assusta que o possa conseguir agora. Nasci politicamente duramente as maiorias absolutas de Cavaco Silva.

Aprendi que devemos lutar contra o que é injusto com uma Ministra da Educação chamada Manuela Ferreira Leite. E aprendi que manifestações de menores de idade podem ser enquadradas pela GNR em equipamento anti-motim quando Cavaco Silva era Primeiro-Ministro.

Não confio nesta dupla. Nem no resto da corte (Couto dos Santos, Deus Pinheiro e afins).

E, para saber isto, não preciso de ir ao baú.

25 de agosto de 2009

Do baú II

Originalmente publicado na Grande Loja do Queijo Limiano (com pequenas correcções):

Antes as SCUTS
Quarta-feira, Janeiro 04, 2006

Foi muito discutida a questão das SCUTS, bem como, por razões diversas, as transferências de fundos de pensões para o sector público. Está na altura de juntar os dois assuntos.

Num assustador Relatório de Auditoria revelado recentemente pelo Tribunal de Contas (disponível aqui) ficamos a saber que a diferença entre os montantes transferidos e as responsabilidades assumidas pelo Estado podem atingir qualquer coisa como 1.800 milhões de euros, no cenário mais pessimista.

Isto sem contar com a perda de receita fiscal, que seria gerada pela actividade dos fundos de pensões privados.

Reparem, 1.800 milhões de euros que não correspondem a investimento em infra-estruturas, ou em desenvolvimento humano.

São, tão só, o preço da arrogância e do tão propalado "rigor" da Dr.ª Manuela Ferreira Leite.

Preço esse que irá subir no dia em que fizermos as contas aos custos da venda da rede fixa à PT na economia nacional, das operações de securitização, etc., etc., etc.

Endividou-se brutalmente o país para compor cosmeticamente o défice em 2002, 2003 e 2004. Qualquer medida servia. Dinheiro deitado à rua!

Face a isto, antes pagar as SCUTS, o TGV e, nunca pensei dizê-lo, a Ota [agora, Alcochete]. Muito ou pouco reprodutivo, ao menos é investimento.

Estamos a falar de décadas e décadas de despesa. Até 2071, para ser inteiramente claro. Veja-se o gráfico do próprio Relatório do Tribunal de Contas:



O que eu gostava de saber é quem é que vai responder por este crime contra as contas públicas.

Ninguém, aposto já aqui. Afinal estamos em Portugal.

Face a isto, resta-me dizer que o que faltou ao Eng.º Guterres [podem actualizar se quiserem] nos anos da sua governação foi o instinto patrícida para fazer a mesma coisa.

Do baú I

Descobri recentemente quando procurava uma informação muito específica, tão específica que o google me devolveu como resultado um post ... meu, que alguns dos meus textos de encarnações anteriores ainda "andam por aí".

Decidi, nesta altura em que todos temos a responsabilidade de reflectir no voto, de recuperar alguns desses. Quase todos sobre a política de Manuela Ferreira Leite enquanto Ministra de Estado e das Finanças.

Dos mesmos resultará, espero, porque é que sinto uma náusea cada vez que ouço o "política de verdade". É por estas e outras ...